​​​​​​​Quais são os sinais da autossabotagem?

​​​​​​​Quais são os sinais da autossabotagem?

Quais são os sinais da autossabotagem?

Shirzad Chamine, autor do livro Inteligência Positiva, nos dá a dimensão de como a nossa mente pode trabalhar contra ou a nosso favor.

Ele estabeleceu uma teoria interessantíssima, validada após vários estudos, que pode te ajudar a entender melhor o que é a autossabotagem e se você a está praticando! A autossabotagem não ocorre apenas na carreira, a pessoa costuma levar esse comportamento para todas as áreas da vida.

O autor cita que em nossa mente há algo que ele chama de “sabotadores”, que podem ser compreendidos como comportamentos/padrões de pensamento negativos que existem para influenciar as nossas atitudes. Ao se manifestarem, eles podem levar à autossabotagem das relações e situações/decisões do dia a dia.

Chamine aponta o “crítico como o maior sabotador”, sendo esse o motivador principal que arrasta consigo os demais, fazendo com que tenham um peso na autoimagem, autoconsciência e nas decisões tomadas. Costuma chamá-lo de rei, que carrega os seus demais súditos (outros sabotadores): hipervigilante, inquieto, controlador, insistente, esquivo, hiperrealizador, vítima, prestativo e hiperracional.

Olhar para si mesmo com uma autocrítica negativa e exagerada faz com que as pessoas tenham dificuldade em arriscar, abraçar novas oportunidades e amar a si mesmas, com seus pontos fortes e outro a desenvolver. Os relacionamentos também são prejudicados, pois, é realmente doloroso conviver com alguém que vê a si mesmo, às situações e aos que estão ao redor com uma “lente cinza”.

 

Elaborei pessoalmente este questionário – que não substitui a consulta com o Psicólogo, mas, que pode te ajudar a identificar se está praticando a autossabotagem (cópias somente podem ser feitas mencionando a autoria!):

 

Você se autossabota?

 

  1. Seu líder informa que alguém equipe será promovido. Para isso, todos serão avaliados até que um seja o escolhido, você:
  1. Marca uma reunião com ele para pedir feedback sobre as competências que já tem e quais precisará desenvolver.
  2. Como tem certeza de que não será o escolhido, não dá atenção, pois, sente que outros estão mais bem preparados.
  3. Começa a perguntar para os colegas se acreditam que você tem o perfil, mas, tem dúvidas quando dizem que está preparado.
     
  1. Você começou a namorar recentemente e seu (sua) namorado (a) envia uma mensagem dizendo: “Passo na sua casa hoje às 20h para conversarmos.”. Você:
  1. Imagina que ele (ela) quer dizer o quanto está feliz com esse relacionamento.
  2. Se desespera, afinal, coisa boa nunca acontece com você.
  3. Fica angustiado (a), porém, pensa que pode ser algo positivo. Mas, liga para os amigos para pedir conselhos.

 

  1. Você vai ao médico e ele diz que os seus exames não estão bons, indicando que inicie atividades físicas e dieta; ao chegar em casa, você:
  1. Decide que é hora de esvaziar a geladeira de guloseimas, resgatar as roupas de ginástica e ligar para o Personal Trainer.
  2. Aproveita a frustração e passa no fast food.
  3. Fica triste, mas, começa a pensar que na próxima 2ª feira pode ser que dê uma passadinha na academia perto de casa.

 

  1. Ao receber um convite para uma entrevista de emprego, você:
  1. Analisa seu CV, pede ajuda para um amigo e, mesmo com frio na barriga, acredita que pode ter grandes chances.
  2. Começa a enumerar as qualidades dos outros candidatos e motivos pelos quais jamais será o escolhido (a).
  3. Tem dúvidas sobre o seu desempenho e isso atrapalha a performance na hora de enfrentar o Recrutador.
     
  1. Quando lhe perguntam quais são os seus principais pontos fortes, você:
  1. Tem facilidade para falar de si mesmo e reconhece que tem qualidades que interferem positivamente no seu trabalho e relações pessoais.
  2. Consegue enumerar vários pontos a desenvolver, mas, não sabe falar dos pontos positivos.
  3. Tem dificuldade para falar sobre si mesmo, porém, após pensar por alguns dias, consegue enumerar 3 pontos positivos.

 

Faça a soma de a, b e c assinaladas:

 

Maioria a – resiliência e autoconhecimento contribuem para que tenha uma visão real de si mesmo, reconhecendo o que precisar ser melhorado e tendo consciência das suas qualidades.

Maioria b – repense nas situações em que pode ter se autossabotado devido à visão distorcida sobre si mesmo. Busque psicoterapia para começar a identificar os gatilhos que levam à autossabotagem.

Maioria c – por mais que algumas vezes você tenha uma visão positiva sobre quem é, tem que tomar cuidado para não cruzar a fronteira da autossabotagem. Buscar um profissional da Psicologia pode ser importante.

Atenção: esse teste não possui validação científica e não deve ser usado como ferramenta de diagnóstico clínico.

 

Pratique o autoconhecimento! Não conseguimos fazer escolhas saudáveis e positivas, tendo uma autoimagem real de nós mesmos, sem primeiro conhecer profundamente quem somos, o que toleramos, o que não queremos aceitar e sobre como escolhemos e nos relacionamos com os demais.

 

É impossível entender a si mesmo, reconhecendo com sabedoria falhas e acertos, sem primeiro apender a se amar.

 

Para isso, é muito importante:

 

Fazer psicoterapia: o processo mais profundo de autoconhecimento que existe é esse, por mais dolorido que possa ser em alguns momentos, a sabedoria que ele traz mudará a forma como as pessoas encaram a si mesmas e à vida.

Praticar atividade física e cuidar da alimentação: além de todo os hormônios “do bem” produzidos quando nos exercitamos, praticar atividade física faz com que a autoestima fique elevada e aprendemos a nos amar mais.

Parar de se comparar: quando nos comparamos, acaba sendo inevitável encontrar excelentes qualidades nos demais, nunca em nós mesmos.

Começar a se expor às situações que normalmente não encararia: o ser humano naturalmente foge de momentos de avaliação e quando passa por eles, busca formas de desacreditar as conquistas obtidas e os elogios recebidos. Para romper essa barreira, um bom exercício é começar a encarar as situações que normalmente fugiríamos.

Ter cuidado com a auto exigência: para justificar as suas conquistas, as pessoas passam a cobrar demasiadamente de si mesmas, chegando à exaustão.

Ficar atento à Síndrome do Impostor: como é comum considerar o fracasso como certo, quem sofre com esse dilema acredita que os outros podem desmascará-lo a qualquer momento, o que leva a se sentir como uma fraude.

Observar se está procrastinando: devido ao excesso de insegurança, é comum adiar as tarefas que acredita não ter competência para realizar, afinal, o que se espera dos outros é sempre uma avaliação negativa, nunca positiva.

Observar se está tentando agradar todo mundo: a busca constante por aprovação, se esforçando para ser carismático e aceito, pode cobrar um preço alto na saúde mental.

Cuidado com a autodepreciação: as pessoas tendem a dar menos valor às suas qualidades e competências, tornando-se tóxicas consigo mesmas e se menosprezando a cada instante, criticando-se severamente, se punindo. O ideal é começar a fazer o exercício inverso, ressaltando as características positivas e dando peso real às negativas, sem exageros.

Pratica e depois me conta!

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Luciane Vecchio

Psicóloga Clínica | Dra. Carreira e Propósito - Instagram @dravecchio | Especialista em Carreira, RH, Liderança e Empreendedorismo | Colunista de Carreira & Comportamento | CRP: 06/74914



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Luciane Vecchio

Autor: Luciane Vecchio

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