Quiet quitting é uma boa estratégia para forçar a demissão?

Quiet quitting é uma boa estratégia para forçar a demissão?

Recebi a pergunta abaixo de uma leitora do meu blog. Transformei em um artigo. Espero que gostem!

_______

“Vejo alguns colegas praticar uma estratégia aqui na empresa, isso seria quase um movimento... é a estratégia do quiet quitting, que prega fazer apenas o mínimo necessário, para motivar uma demissão por parte da empresa. Gostaria de saber se isso de alguma forma pode ser um tiro no pé na minha carreira, por conta do mercado, ou não... já que estou querendo que me demitam mesmo.”     

 

Quiet quitting é uma estratégia para forçar a demissão? Veja a resposta da Consultora de Carreira e Psicóloga neste artigo!

A desistência silenciosa é quando a pessoa já deixou de lado o propósito que tinha em uma empresa e não vê mais sentido em nada do que acontece naquele local. Ela apenas sobrevive aos dias que vão se passando.

Nessa situação, estão envolvidos comportamentos, como: a pessoa não abrir mão do seu emprego, mas fazer o mínimo necessário para continuar recebendo salário; não desistir do emprego, mas abandonar a ideia de ir além; cumprir os deveres, porém sem seguir mais a cultura de agitação que o trabalho tinha na vida dela; se sentir pressionada para fazer mais do que se sente capaz; não se sentir engajada.

Muitas vezes isso pode ser sinal de fadiga, depressão ou até mesmo burnout, os sintomas devem ser avaliados por Psicólogo e Psiquiatra para a confirmação de algum diagnóstico e o tratamento deve ser aplicado para melhora do quadro e bem-estar.

Porém, quando não envolve sofrimentos emocionais, frustração ou alguma estafa, é importante pensar na sua imagem profissional.

Será que essa é a imagem que queremos passar para o mercado de trabalho?

Estamos sendo observados a todo instante, será que essa é a forma com a qual queremos ser vistos? Por mais que algumas empresas “mereçam” um tratamento um pouco menos engajado, afinal, não cuidam, incentivam ou valorizam os colaboradores, a nossa postura independe do outro. Não devemos basear as nossas respostas naquilo que nos é dado, mas em como somos, no nosso caráter.

Não devemos nos alterar por que estamos com pessoas, situações ou em locais em que valores menos nobres são praticados. Caráter independe daquilo que o outro me oferece e ele é testado justamente quando as coisas não vão bem, eu me frustro ou sou incitado a fazer algo inadequado, errado.

Honestamente? Afinal, sou sempre verdadeira aqui nas respostas... penso que essa é uma estratégia péssima.

Se alguém liga para pedir recomendação, ou conhece uma pessoa que trabalhou com alguém que esteja aplicando essa estratégia, será que diria algo positivo sobre ela?

Veja, como sempre digo, parece que não, mas, o mundo é uma praça. Damos uma volta e encontramos todo mundo e ainda por cima com quem menos imaginávamos.

Será que essa é a forma adequada de incentivar um pedido de demissão por parte da empresa? Não é melhor pedir demissão, ser honesto, tentar negociar, não deixando a encargo dos outros a escolha e solução?

Eu sinceramente não gosto dessa tática quando não há sofrimento emocional envolvido (afinal aqui a pessoa pode não ter muito controle sobre isso). Prefiro sempre a verdade e acredito que essa atitude será frutífera.

Levar vantagem é a melhor saída?

O mercado no fim das contas é muito pequeno e é melhor mostrar boas características do que as menos positivas, pois às vezes até mesmo uma pessoa de área completamente diferente da sua pode conhecer alguém com uma vaga adequada às suas competências e conhecimento, e a indicação dependerá daquilo que ela enxerga sobre você no dia a dia, não naquilo que você diz.

Levar vantagem pode ser, a princípio, a melhor saída, mas, a longo prazo eu realmente não acredito que isso se sustente. Algo que parece, a princípio, que estamos perdendo, no fim das contas pode ser revertido como benefícios a nosso favor. Devemos saber controlar o imediatismo, bastante infantil e um comportamento imaturo.

As coisas cooperam para um fim proveitoso quando somos honestos, éticos e justos. Há outras formas de agir quando na empresa as coisas não fazem mais sentido para nós.

Por fim, lanço a máxima infalível, que é frase de praticamente toda mãe (pelo menos nos aos 80): “você não é todo mundo!” Não é por que todos estão fazendo, que é a melhor coisa para a nossa carreira...

 

_______________

Luciane Vecchio

Psicóloga Clínica | Dra. Carreira e Propósito - Instagram @dravecchio | Especialista em Carreira, RH, Liderança e Empreendedorismo | Colunista de Carreira & Comportamento | CRP: 06/74914



- - -

Para te apoiar no aumento de performance em qualquer área da vida, conte comigo!

É proibida a reprodução total ou parcial deste conteúdo sem dar o devido crédito.


Luciane Vecchio

Autor: Luciane Vecchio

Psicóloga Clínica | Dra. Carreira e Propósito - Instagram @dravecchio | Especialista em Carreira, RH, Liderança e Empreendedorismo | Colunista de Carreira & Comportamento | CRP: 06/74914

[email protected]