E-mail enviado por uma leitora:
“Ainda mais agora, nesta época de fim de ano, os convites para happy hours tendem a ser intensificar. Posso recusar o convite do meu chefe para um happy hour ou para ir a todos? Como mulher, enfrento tripla jornada: trabalho, casa, filhos e marido.”
Resposta: Acredito que isso dependa bastante do relacionamento e da parceria que vocês construíram ao longo do tempo em que você está na empresa. Como é a relação de vocês? Como estes eventos são vistos na empresa na qual você trabalha? Qual a contribuição que você vem dando para que essa relação seja a melhor possível?
Você não deve ir a todos, não é uma obrigação. Ir a um ou outro, a uma reunião específica da sua equipe, uma confraternização, aniversário de algum membro do time, é indicado, afinal, relacionamento é algo muito importante, seja fora da empresa ou dentro dela e deve ser cultivado.
Participar de happy hours é parte do processo de ser integrante de uma equipe de trabalho. Afinal, manter vínculos faz bem para o presente e para o seu futuro profissional. Não devemos, portanto, achar bobagem ou descartar totalmente de nossa rotina.
Estabelecer alianças, fazer parcerias, se mostrar, é essencial. Para algumas pessoas estes eventos são mais penosos, por isso indico que escolha alguns e analise as suas possibilidades, equilibrando os convites com a sua agenda.
Como recusar o convite para o happy hour
Ao fazer uma recusa, é interessante você deixar claro, de maneira tranquila e honesta, que a maior parte das suas noites são dedicadas aos filhos, à casa, ao marido e aos seus estudos, por exemplo. Penso que dizer isso de forma suave e assertiva, não deixará margem para dúvidas de que está sendo antissocial. Explique o motivo da negativa e pronto!
Analise friamente a situação e pense também se não vale a pena abrir mão, em alguns dias, de algumas horas com os familiares para investir em sua carreira. Afinal, alguns líderes levam bastante em consideração o fato de você se relacionar com os membros da equipe e demais áreas envolvidas nestes eventos. Algumas empresas também estimulam estas trocas saudáveis entre seus colaboradores.
7 vantagens de participar de um happy hour
- Uma oportunidade para fazer contatos e networking podem surgir nessas ocasiões;
- Ter a possibilidade de conhecer e conversar com pessoas que não têm tempo durante o período de trabalho, até mesmo de outras áreas;
- Oportunidade de estreitar relacionamentos e conhecer um pouco da carreira e da vida de pessoas com as quais você convive no dia a dia, mas às vezes de forma não tão próxima;
- Você pode estreitar relacionamento também com o seu líder, conhecendo-o um pouco melhor e se fazendo conhecida;
- Você pode estimular outros assuntos, que não apenas trabalho, ou seja, falar sobre viagens, locais para levar as crianças, passeios, filmes, música e relaxar em um ambiente diferente dos usuais que frequenta;
- É uma boa oportunidade para descontrair e deixa o ambiente mais leve. Algumas pessoas, no dia a dia no ambiente profissional, são mais fechadas. Este é o momento de se aproximar e se mostrar disponível;
- Nesses eventos, é possível criar um clima mais ameno, descontraído, o que faz surgir novas ideias e projetos que no ambiente do escritório não seriam estimulados. Parece que não, mas, alguns projetos interessantes já saíram de eventos como esse, em que as pessoas estão mais abertas, o que estimula a criatividade.
Como se comportar no happy hour
Happy hour com colegas não é lugar de desabafo, reclamação, falar mal da sogra, do marido ou da vida. Assuntos muito íntimos devem ser trocados com pessoas de confiança. Ser amigo dos “colegas de trabalho” ou do chefe não é exatamente o problema, a questão é o limite dessa amizade.
Além disso, é sabido que algumas pessoas, quando usam álcool, se soltam e acabam falando algumas coisas que, sóbrias, não falariam. Você consegue se controlar quando está bebendo? Acredita que não falaria nada além do que deve, algo que poderia se arrepender depois? Por mais polêmico que seja, eu não aconselho que se passe da conta na bebida, ou mesmo que se quer beba, se não é seu costume. Afinal, estamos o tempo todo sendo analisados e, por mais amizade que tenhamos, o ambiente continua sendo profissional.
E cuidado para não ser o centro das atenções, pois, você poderá ser vista como puxa-saco, o que não é nada legal!
E para quem está chegando em uma nova empresa, aconselho a não começar logo de cara organizando um happy hour, mas observar o ambiente e verificar como os convites são feitos, quem são os convidados, o local, a frequência e como esses eventos acontecem. O primeiro contato deve servir mais como observatório do que outra coisa: analise posturas, entenda a cultura, a dinâmica da equipe e seja cauteloso.
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Luciane Vecchio
Psicóloga Clínica, Master Coach, Consultora de Carreira, Especialista em RH, Orientadora Vocacional, Colunista de Carreira & Comportamento
CRP: 06/74914